agosto 16, 2012

NÃO DEVEMOS RESISTIR ÀS TENTAÇÕES: ELAS PODEM NÃO VOLTAR


Esta é a verdade: a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito
                                                                                                                Millôr Fernandes 


Millôr Fernandes, escritor, dramaturgo, cartonista e humorista que marcou a cultura brasileira,  nasceu a 16 de agosto de 1923 no Méier, subúrbio do Rio de Janeiro.
Nasceu Milton Viola Fernandes, mas graças a uma má caligrafia, ficou registado Millôr, facto que só veio a saber já adolescente.
Vendeu o seu primeiro desenho para o Jornal do Rio de Janeiro aos dez anos de idade. 
Em 1938 começou a trabalhar como repaginador e contínuo no semanário O Cruzeiro. Nesse mesmo ano, sob o pseudónimo de "Notlim", ganhou um concurso de contos na revista A Cigarra. 


Em 1956 dividiu o primeiro lugar na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires com o desenhador norte-americano Saul Steinberg. No ano seguinte teve direito a uma exposição individual das suas obras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.


Passou a assinar Millôr os seus textos publicados na revista O Cruzeiro, em 1962. Mas deixou a revista no ano seguinte, por causa de uma polémica causada com a publicação de A Verdadeira História do Paraíso, considerada ofensiva pela Igreja Católica.
Colaborou, a partir de 1964, com o jornal português Diário Popular e obteve o segundo Prémio do Salão Canadiano de Humor.
Em 1968 começou a trabalhar na revista Veja. 
Nos anos seguintes escreveu peças de teatro, textos de humor e poesia, além de volar a expor no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, mas dizia que não tinha obra. Isso " É coisa de pedreiro".
Traduziu, do inglês e do francês, várias obras, principalmente peças de teatro, entre elas os clássicos de Sófocles, Shakespeare, Moliére, Brecht e Tennessee Williams.
Millôr leu o Memorial de Convento, de José Saramago e fez referência na sua coluna do Jornal do Brasil, onde a sua opinião conta. Saramago, escritor quase anónimo, tornou-se um sucesso imediato dos leitores brasileiros.



Deixou uma marca de humor inteligente e ácido, que produziu frases como:
  • Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.
  • A justiça pode se cega: mas que olfato!
  • Os nossos amigos podem não saber muitas coisas, mas sabem sempre o que fariam no nosso lugar.
  • O cara só é verdadeiramente ateu quando está bem de saúde.
  • Errar é humano. Ser apanhado em flagrante é burrice.
  • O dinheiro não só fala, como faz muita gente calar a boca
Foi um dos criadores do "O Pif-Paf". Só durou oito edições, mas o jornal foi considerado um dos iniciadores da imprensa alternativa no Brasil. Foi ainda um dos colaboradores de "O Pasquim", reconhecido no seu papel de oposição à ditadura militar.
Foi uma das primeiras personalidades brasileiras a ter espaço de destaque na internet, inaugurando o seu site no ano 2000. Tinha mais de 368 mil seguidores no Twitter.

Quando, numa entrevista, lhe perguntaram se era um homem feliz depois dos 80 anos, respondeu:
"E porque não seria? Tenho o controlo absoluto em tudo o que faço, menos em comprar roupa, atividade sobre a qual confesso toda a minha ignorância. (...) Ser feliz não é andar de sorriso rasgado pelas ruas, mas sentir-se bem consigo mesmo. Nesse sentido cheguei ao limite da felicidade". 

A 27 de março deste ano, aos 88 anos de idade, faleceu no Rio de Janeiro.

A atriz Fernanda Montenegro, vai sugerir ao perfeito do Rio de Janeiro, que seja cumprida a última vontade de Millôr: "A única homenagem que eu quero é um banquinho no Arpoador, para o pessoal poder olhar o pôr do sol".

Tenha um bom dia  e como dizia Millôr Fernandes

"Não há problema algum que não caiba no dia seguinte"




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