julho 08, 2015

QUE IMPORTA A FÚRIA DO MAR



"O mar não se submete nunca, a não ser a forças fora deste mundo, como as da Lua, das pressões, das correntes, dos ventos e das marés.(...)
Às vezes empolgava-se com as suas narrativas, as perseguições pelos telhados da Marinha Grande, as prisões, o desterro, a longa viagem de barco nos porões como escravos nas galés, o contacto com os marinheiros da revolta de 1936".
Ana Margarida de Carvalho
In, Que Importa a Fúria do Mar



Que Importa a Fúria do Mar
Ana Margarida de Carvalho
Editora Teorema

Romance de estreia de Ana Margarida de Carvalho foi finalista do Prémio Leya de 2012 e venceu, por unanimidade, entre os 107 livros admitidos a concurso o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE) 2013.


Numa madrugada de 1934, um maço de cartas é lançado de um comboio em andamento por um homem que deixou uma história de amor interrompida e leva uma estilha cravada no coração. Na carruagem, além de Joaquim, viajam os revoltosos do golpe da Marinha Grande, feitos prisioneiros pela Polícia de Salazar, que cumprem a primeira etapa de uma viagem com destino a Cabo Verde, onde inaugurarão o campo de concentração do Tarrafal.
Dessas cartas e da mulher a quem se dirigiam ouvirá falar muitos anos mais tarde Eugénia, a jornalista encarregada de entrevistar um dos últimos sobreviventes desse inferno africano e cuja vida, depois do primeiro encontro com Joaquim, nunca mais será a mesma. Separados pelo tempo, pelo espaço, pelos continentes, pela malária e pelo arame farpado, os destinos de Joaquim e Eugénia tocar-se-ão, apesar de tudo, no pêlo de um gato sem nome que ambos afagam e na estranha cumplicidade com que partilham memórias insólitas, infâncias sombrias e amores decididamente impossíveis.


"O romance passa-se em duas épocas , em paralelo, nos anos 1930, a partir da revolta na Marinha Grande, e na atualidade, no século XXI, e é um livro que contém outras fúrias e revoltas, como a dos marinheiros, e as nossas fúrias quotidianas, conjugais, laborais, etc."
Ana Margarida de Carvalho


Ana Margarida de Carvalho, filha do escritor Mário de Carvalho, nasceu em Lisboa. Licenciada em Direito, é jornalista na Revista Visão há 20 anos e ocupa neste momento o cargo de Grande Repórter.
Como jornalista assinou reportagens que lhe valeram sete dos mais prestigiados prémios do jornalismo em Portugal, entre os quais o Prémio Gazeta Revelação do Clube de Jornalistas de Lisboa, do Clube de Jornalistas do Porto ou da Casa de Imprensa.
Publicou artigos em várias publicações, entre elas a Revista Ler, Jornal de Letras, Marie Claire. Lecionou Escrita Criativa em workshops, foi jurada em vários concursos oficiais e festivais de cinema.




"O gato, que se chamou sempre gato, (...) trocou-a. 
Preferiu um velho tão modorrento quanto ele, ..."






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