maio 26, 2017

ACCEPTASNE ELECTIONEM?


"Este voltou-se para a assembleia e anunciou que sua eminência, cardeal Luca Rossini, fora eleito bispo de Roma e sucessor de Pedro, Príncipe dos Apóstolos, por uma maioria de dois votos". 
In, Eminência
                                                                                                                                  
                                         

Em 1998, um ano antes de morrer, Morris West dá-nos a conhecer Luca Rossini. Um argentino que foi eleito Papa.
Será que chega a ser entronizado?
Já em 1988, a ficção de Morris West assumiu o estatuto de profecia realizada com o seu romance As Sandálias do Pescador. Este romance girava em torno da eleição de um papa eslavo. Anos mais tarde o arcebispo polaco Karol Wojtyla foi eleito papa e adotou o nome de João Paulo II.


Mas voltemos ao cardeal Luca Rossini, a personagem principal do romance de
MORRIS WEST,
A EMINÊNCIA,
editado pelas Publicações Europa América,
 e que sugerimos para leitura do seu fim de semana.




É-nos narrada a história da próxima eleição papal e de algumas personagens que talvez nela venham a participar. Entre elas, a de maior importância é a Eminência, Luca, o cardeal Rossini, um homem que conheceu a tortura e a degradação pessoal enquanto, na juventude, exercia o sacerdócio na Argentina e que, depois de se exilar em Roma, foi nomeado pelo pontífice para ocupar um cargo importante. No entanto, esta obra vai além dos meandros políticos do Vaticano. Nela vamos encontrar paixão, ternura e intriga, suspense e drama e é provável que também venha a revelar-se profética.



Morris West nasceu a 26 de abril de 1916 em Melbourne, na Austrália. Aos 14 anos entrou para a Ordem dos Irmão Cristãos, onde tomou votos, aí tendo exercido as funções de monge docente durante oito anos. Em 1941, pouco antes de professar, abandonou a Ordem. Alistou-se então no exército australiano, trabalhando para os Serviços Secretos durante a segunda guerra mundial.
Em 1985, foi correspondente do Daily Mail na cidade do Vaticano. Essa experiência permitiu-lhe recolher muitos conhecimentos sobre os meandros eclesiásticos, que utilizou na concepção de vários dos seus romances.
Após ter vivido muitos anos na Grã-Bretanha e noutros países europeus, Morris West regressou à Austrália, a Sydney, onde foi nomeado presidente do Conselho da Biblioteca Nacional do seu país.
Apesar de ter sido um católico praticante até à sua morte a 9 de outubro de 1999, Morris West não deixou de criticar as posições da Igreja das quais discordava. Muitos dos seus romances, que estão à disposição do Leitor na Sala de Leitura, tratam de Papas, intrigas internas do Vaticano e como o poder do catolicismo se alastra pela política.



Fotografia de George Marks

Bom Fim de Semana com Boas Leituras

maio 08, 2017

MELHOR LIVRO DE FICÇÃO NARRATIVA


Foi no passado dia 15 de março, no Grande Auditório de Centro Cultural de Belém, que J. Rentes de Carvalho recebeu o Prémio Autores 2017 na categoria Melhor Livro de Ficção Narrativa, com o romance O Meças.


"O melhor de um livro de Rentes de Carvalho é tudo"
                                                                                            Sara Figueiredo Costa, Time Out



Romance inédito que conta a história de António Roque, homem atormentado, possesso do demónio de funestas memórias. As imagens do passado que regularmente se apoderam dele transformam-no num monstro capaz dos piores atos. Mas a obscura história da irmã e do homem abastado que se servia dela e que, apesar de morto, continua a instigar-lhe um ódio devastador não é exatamente como ele pensa que se lembra.
Depois de anos emigrado na Alemanha, o Meças regressa à sua aldeia de origem. Com ele vivem o filho (a quem detesta) e a nora (a quem deseja, mas inferniza a vida), atemorizando de resto a todos os que com ele se cruzam.
Uma história de violência, em que a progressiva definição dos contornos da memória revelará novas e dolorosas verdades.


"Coisas do Meças". Dizem aquilo e encolhem os ombros, mas mexericam, danam-se de não saber, pois nem os segredos de confessionário costumam durar tanto.
Sempre de cara torcida, ultimamente vêem-no pouco, raro aparece nos cafés, pensaram que andasse metido nalguma e estivesse outra vez preso, como quando numa zaragata na Covilhã, com tanta porrada que lhe dera, tinha deixado um cigano às portas da morte.
Não lhe faz mossa o que pensam ou cochicham, mais o aflige sentir que, à medida que os anos passam, o casulo em que de pequeno se meteu às vezes lhe tira o ar".
                                                                                                                   In, O Meças



J. Rentes de Carvalho nasceu em 1930, em Vila Nova de Gaia. Obrigado a abandonar o país por motivos políticos, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris, trabalhando em vários jornais. Em 1956 passou a viver em Amesterdão, onde se licenciou e foi docente de Literatura Portuguesa entre 1964 e 1988. Dedica-se, desde então, exclusivamente à escrita e a uma vasta colaboração em jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses, além de várias revistas literárias.

Para além do Prémio acima mencionado, recebeu em:
  • 2012 Grande Prémio de Literatura Biográfica APE com o livro Tempo Contado
  • 2013 Grande Prémio de Crónica APE com o livro Mazagran


O Leitor pode encontrar na nossa Biblioteca Municipal 
para empréstimo domiciliário os seguintes títulos:
  • Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia
  • A Sétima Onda
  • Ernestina
  • O Meças
  • Portugal a Flor e a Foice









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